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Meditação diária

Domingo XXII do Tempo Comum – Ano B / Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

Jesus atraía multidões. Os seus ditos e feitos exerciam uma força magnética em todos os que o ouviam e naqueles que ouviam falar d’Ele. Isto fazia com que as suas ações e as dos seus discípulos fossem minuciosamente examinadas.

É esse vigilante olhar público sobre Jesus e os seus discípulos que despoleta a polémica relatada no Evangelho de hoje. Nas Escrituras há rituais de purificação claros que os discípulos não cumpriam, facto que provoca escândalo entre muitos, principalmente os fariseus, que seguiam escrupulosamente a regra. Confrontado com as críticas, Jesus aponta a verdadeira exigência das Escrituras: não é tanto o exterior que deve estar puro, mas sim o interior, pois é daí que brota o mal que contamina o mundo.

O Evangelho deste domingo deve levar-nos a olhar para «dentro», a perscrutar o nosso coração. Quantas vezes julgamos os nossos irmãos por aquilo que fazem, sem lhes dar o benefício da dúvida, sem os questionar em relação ao porquê de o fazerem? Quantas vezes estamos mais preocupados com uma Igreja perfeita no fazer, na aparência, mas pouco evangélica no ser, uma Igreja sem espaço para a compreensão e misericórdia?

Seguir Jesus é bem mais do que ser bom e cumprir a regra. Seguir Jesus implica fazer o bem com o coração no sítio certo, sem nos precipitarmos no juízo, sem tirar conclusões tão rápidas quanto equívocas. Ter um coração como o de Jesus, que vê a pessoa por inteiro e rasga caminhos de misericórdia, é a verdadeira exigência do Evangelho.

Podemos cumprir todos os preceitos da Igreja, do ir à missa à confissão, passando pelas obras de misericórdia corporais e espirituais, mas se o nosso coração é avarento e gelado, de nada nos vale. A nossa fé vê-se nas obras, mas mais do que algo que se faz, a nossa fé tem as suas raízes num coração bem-querente e santo, disponível para a graça e para a vontade de Deus.

A nossa fé pede a liberdade de ser santo, não o cumprimento cego da regra. Obedecer, qualquer escravo o faz; amar de todo o coração só está ao alcance dos filhos. Nós somos filhos de Deus e o Pai espera mais de nós.

Deut 4, 1-2.6-8 / Slm 14 (15), 2-5 / Tg 1, 17-18.21b-22.27 / Mc 7, 1-8. 14-15.21-23

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