O processo de aprendizagem da “cultura local” – inculturação – é fundamental no processo de adaptação à realidade dos povos que acolhem os missionários. Quem o diz é o Superior Geral dos Missionários da Boa Nova, padre Adelino Ascenso.
“Se não houver integração, nós seremos sempre um corpo estranho. A inculturação tem sempre que existir, sem perdermos os nossos valores, a nossa identidade”, explica o responsável. Tema incontornável da missiologia, o diálogo inter-religioso e intercultural é essencial para o trabalho desenvolvido visto que, “há culturas em que as conceções de Deus, do pecado, de morte são completamente diferentes das nossas”, afirma o responsável.
Ainda sobre o trabalho desenvolvido pelos missionários no terreno, o padre Adelino Ascenso sublinha que, perante a saturação das pessoas em relação às palavras, devemos ter consciência da importância do “silêncio” e de “atos concretos” para alcançarmos um “novo paradigma” de missão.
“A palavra é imprescindível, mas uma coisa é a Palavra, outra coisa são as palavras em que transformamos essa Palavra muitas vezes”, afirma o sacerdote Adelino Ascenso.
Missionário na diocese de Osaka, no Japão, de 1998 a 2014, o Padre Adelino Ascenso é o coordenador de um curso de missiologia realizado em Fátima, com o objetivo de fomentar o trabalho realizado nesta área em Portugal e no estrangeiro.
Organizado pelos Institutos Missionários ‘Ad Gentes’ e pelas Obras Missionárias Pontifícias, o curso prepara os participantes para “aquilo que é o núcleo missionário”, ganhando “forças,” e “energia” para partirem em missão. A formação contempla também o processo de inculturação, tão distinto e singular quanto o local para onde se parte em missão.