Perante a persistência de conflitos armados no mundo, o Papa convocou, para 23 de fevereiro, uma Jornada Mundial de Oração e Jejum pela Paz. “E agora um anúncio: diante da trágica continuação de situações de conflito em diversas partes do mundo, convido todos os fiéis a um Dia especial de Oração e Jejum pela Paz em 23 de fevereiro próximo, sexta-feira da Primeira Semana da Quaresma”, disse o Santo Padre, no final da recitação do Angelus dominical, a 4 de fevereiro.
O Santo Padre condenou a violência exercida sobre os habitantes da República Democrática do Congo e do Sudão do Sul, recordando que “O nosso Pai celeste ouve sempre os seus filhos que a Ele bradam na dor e na angústia, ‘cura os atribulados de coração e ata-lhes as feridas’ (Salmo 147, 3)”.
Francisco apelou, ainda, a que escutemos esse grito e façamos um exame de consciência diante de Deus, questionando-se “O que posso fazer pela paz?”. “Certamente podemos rezar; mas não só. Cada um pode dizer concretamente ‘não’ à violência naquilo que depender dele ou dela. Porque as vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias; enquanto trabalhar pela paz faz bem a todos!”
Os “irmãos e irmãs não católicos e não cristãos” foram, também, convidados a associarem-se a esta jornada de oração e jejum.
O Conselho Mundial de Igrejas revela, em comunicado publicado pela Vatican News, que na República Democrática do Congo, “4,3 milhões de pessoas são deslocadas e em 2018, 13,1 milhões de pessoas terão necessidade de assistência humanitária”. No Sudão do Sul, desde 2015, “dois milhões de pessoas fugiram do país e cerca de 1,9 milhões são deslocados internos. Outras sete milhões de pessoas têm necessidade de assistência humanitária no país”.
O Sudão do Sul tornou-se um estado independente a 9 de julho de 2011, após duas guerras civis. No entanto, “tornou-se vítima da corrupção e de uma sangrenta guerra civil que não dá sinais de trégua”, alerta o cardeal Daniel DiNardo, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos da América. Na República Democrática do Congo, “o governo não consegue honrar a Constituição” e vive em conflito com os partidos da oposição, explica o cardeal.