A Equipa da Rede Mundial de Oração do Papa (RMOP) do Centro Académico de Braga promoveu esta semana, na Escola Secundária Carlos Amarante (ESCA), em Braga, uma sessão subordinada ao tema “Paz e diálogo: 0 Violência, 100 por cento Ternura”. A iniciativa, baseada na intenção do Papa para novembro e dirigida a estudantes do 11.º e do 12.º ano, foi organizada em parceria com o grupo Escola Voluntária da ESCA.
Na sessão, moderada pela jornalista Flávia Barbosa, Margarida Pereira, estudante universitária, apelou aos alunos no sentido de diariamente praticarem pequenos gestos e terem atitudes que sejam sinal de paz e de respeito pelos outros. E apontou exemplos concretos, como dizer «bom dia» ao funcionário do bar ou perguntar a alguém se está tudo bem com essa pessoa, esperando para ouvir a resposta, sem “despachar” o assunto, numa atitude de escuta e respeito. «Ao fazer isto, sentimo-nos bem e fazemos os outros sentirem-se bem».
Em sua opinião, «promover a paz é estar bem connosco próprios e com aqueles com quem lidamos no dia a dia; é ter respeito pelo outro; é respeitar as pequenas regras» diariamente.
«Isto treina-se», referiu a jovem estudante de Engenharia Biomédica, que sublinhou a importância de se ter uma atitude consistente neste campo. «Pequenos gestos mudam o mundo».
Durante a conversa, João Miguel Gomes, adjunto executivo da Delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), afirmou que promover uma cultura de não violência e paz é um «processo contínuo», que «começa com uma mudança interior, em nós próprios». O representante da Cruz Vermelha chamou a atenção para a importância de se «tocar os corações». Muitas vezes «desenvolvemos a parte cognitiva e esquecemos o coração».
João Miguel Gomes identificou algumas ferramentas apontadas pela Cruz Vermelha para trabalhar a paz e o diálogo: a escuta ativa, a empatia, o pensamento crítico, o não julgar, a comunicação não violenta, a negociação colaborativa, a mediação, a resiliência (capacidade de ultrapassar problemas) pessoal e a paz interior. «Devemos começar sempre por nós próprios. Se estivermos bem connosco, estamos bem com os outros».
Na sessão, o Padre Luís Ferreira do Amaral falou sobre o trabalho desenvolvido nos campos de refugiados onde trabalhou em África e na Ásia e no Centro Comunitário São Cirilo, uma comunidade de inserção criada pelos jesuítas no Porto, que acolhe e (re)capacita pessoas e famílias estrangeiras e nacionais a passar por fase temporária de fragilidade social, e desafiou os estudantes da Escola Secundária bracarense a valorizar o facto de em Portugal se viver em paz.
Paulo Costa, da Associação Anti-Bullying com Crianças e Jovens, procurou despertar a consciência dos alunos para as situações de bullying, apelando a que eles não sejam «coniventes com estas atitudes».
O dirigente associativo explicou que o bulliyng existe quando há intenção de fazer mal/magoar, quando há diferença de poder entre o agressor e a vítima e quando existe um comportamento continuado. Paulo Costa falou na existência de situações de bullying físico, por exclusão, verbal, sexual, por ameaça e digital.