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Os costumes e o significado do Ano Novo Chinês

O Ano Novo chinês, ?? ‘Xin Nian’, que, este ano, teve início a 16 de fevereiro, é festejado durante uma quinzena pelos seguidores da religião popular praticada na China, Taiwan, Malásia e pelas populações chinesas espalhadas pelo mundo. Trata-se de uma celebração comunitária, festiva e participada e a maior parte dos lares chineses cumprem as celebrações e práticas tradicionais. A festa do Ano Novo chinês pode ter início entre o final de Janeiro e meados de Fevereiro.

A cultura chinesa tem mais de cinco mil anos de existência, sustentando-se em códigos morais, normas sociais e crenças próprias, profundamente enraizadas em símbolos, tradições e festividades.

O calendário chinês dos Doze Signos Animais é composto por ciclos de 12 anos. Representam uma conceção cíclica do tempo baseada nos ciclos da Lua, muito diferente da conceção linear do Ocidente (o tempo decorre numa linha reta do passado para o futuro, passando pelo presente).

A cada ano é atribuído um animal ou signo, seguindo sempre a mesma ordem: Rato, Boi, Tigre, Coelho, Dragão, Serpente, Cavalo, Cabra, Macaco, Galo, Cão e Porco. Esta sequência deriva, de acordo com a tradição oriental, da ordem de chegada dos animais à presença de Buda para se despedirem dele aquando da sua partida da Terra. Os Doze Signos Animais serviram, igualmente, de inspiração para o horóscopo chinês, uma das correntes filosóficas mais antigas da China, que defende a previsão consoante o signo associado ao ano de nascimento de cada pessoa.

A China adotou o calendário ocidental em 1911, mas o calendário lunar continua a ser utilizado para celebrar as festividades, como a passagem de ano.

Este ano, o Galo dá lugar ao Cão, símbolo da lealdade, da confiança, do cuidado dos mais fracos e da luta contra a injustiça.

As práticas culturais do Ano Novo incluem a oferta de laranjas e de ‘ang pows’, isto é, pacotes avermelhados contendo dinheiro, aos familiares, numa demonstração de amor, gratidão e piedade entre pares. Deseja-se ‘Gong Xi Fa Cai’, que é o mesmo que desejar ‘prosperidade financeira’. Penduram-se desenhos de barras de ouro, moedas e ananases, ‘ong lai’, cujo nome significa ‘a prosperidade vem às nossas casas’. Fazem-se apostas em jogos de cartas e de mahjong.

No primeiro dia de celebrações, deve-se, ainda, evitar partir qualquer objeto e não é permitido varrer a casa, pois tais ações trarão má sorte. As danças dos leões e dos dragões, executadas, frequentemente, por membros de grupos de artes marciais ou monges budistas, afastam os maus espíritos. Os ruidosos petardos são lançados nas ruas para afastar ‘nian’, o monstro maligno.

Em suma, o componente mais importante da festa do Ano Novo chinês é a comunidade: visita-se a família, deseja-se paz e bênçãos aos amigos e vizinhos. As tradições orientais estão ligadas à experiência de vida na Terra e focam-se muito na vivência terrena e no sucesso tangível. Também nós, cristãos, desejamos prosperidade e saúde no novo ano. Todavia, há mais do que isso: para nós, cada novo ano traz novas oportunidades de servir e glorificar Deus, que é a fonte da nossa confiança e felicidade no novo ano, pois, “se alguém está em Cristo, é uma nova criação. O que era antigo passou; eis que surgiram coisas novas” (2 Coríntios 5, 17).

 

Betânia Ribeiro

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